O ANDES-SN participou de reunião com a reitora da Universidade de Brasília (UnB), Rozana Reigota Naves, e representantes da Associação de Docentes da UnB (Adunb Seção Sindical) para discutir ações de combate aos ataques da extrema direita à comunidade universitária. Gustavo Seferian, presidente do ANDES-SN, esteve no encontro, ocorrido na quinta-feira (3), acompanhado da assessoria jurídica do Sindicato Nacional.
Segundo Seferian, a reitoria apresentou os movimentos já realizados institucionalmente, tanto no que se refere a medidas judiciais, administrativas, de articulação e de pesquisa, voltadas ao enfrentamento à desinformação e contra o fascismo, e, em específico, à pontual conduta do estudante Wilker Leão.
O aluno, atualmente afastado da universidade, é acusado, entre outras ameaças, de gravar aulas sem consentimento de docentes e estudantes e publicar os conteúdos em suas redes sociais, instigando seus seguidores contra a instituição e colocando em risco a liberdade de cátedra na UnB.
Conforme o presidente do ANDES-SN, a presença das assessorias jurídicas sindicais proporcionou interlocução para que pudessem ser conduzidas ações de forma articulada, combinada e colaborativa. Gustavo cobrou que a universidade tome providências que envolvam o conjunto dos professores e das professoras da instituição.
De acordo com Seferian, “as intimidações têm uma escala de efeitos difusa e não afetam apenas aqueles e aquelas que, pontualmente, foram ameaçados, filmados, gravados, mas também o conjunto do professorado no exercício das suas liberdades acadêmicas, com potenciais direcionados ao adoecimento, ao constrangimento e intimidação, entre outras tantas marcas de afetação antidemocrática e individualmente sensíveis, a questões de saúde docente, sobretudo saúde mental, e que não se esgotam na UnB”, afirmou.
“Há um ônus institucional hoje, por parte da reitoria da UnB, de reconstruir uma barricada de contenção efetiva às ações do fascismo, que vê, nesse exemplo, a possibilidade de uma repercussão em escala nacional, inclusive, dessas ações que devem ser inibidas institucionalmente, de forma enérgica e com uma atuação firme e solidária aos professores e professoras de conjunto”, acrescentou.
O presidente do ANDES-SN apresentou o “Protocolo de Combate, Prevenção, Enfrentamento e Apuração de assédio moral e sexual, racismo, lgbtfobia e qualquer discriminação e violência” e disse que é intenção da entidade seguir na interlocução com a universidade para avançar no trato específico de situações como a que a UnB enfrenta, “para que, futuramente, sigamos em diálogo para construção, institucional, de meios adequados de acolhimento e enfrentamento a esses tipos de práticas”, afirmou Seferian.
Foto: Anastácia Vaz/Secom UnB
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