Empossada em 11 de julho passado, a nova diretoria do ANDES-SN esteve, na manhã desta quinta-feira (14), na Embaixada da Palestina para reafirmar o compromisso de solidariedade com o povo palestino e se apresentar, formalmente, ao Embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben. Também foram levadas ao embaixador as resoluções mais recentes da categoria docente relativas à causa palestina, aprovadas no 68º Conad realizado no mês passado, em Manaus (AM).
O Sindicato Nacional foi representado pela encarregada de Relações Internacionais e 1ª vice-presidenta, Caroline Lima, pelo encarregado de Imprensa e 2º tesoureiro, Diego Marques, pelo 2º secretário, Herrmann Muller, pela 2ª vice-presidenta da Regional Planalto, Muna Muhammad Odeh, e pela 1ª vice-presidenta da Regional Rio de Janeiro, Raquel Vega.
“Nós apresentamos as resoluções que aprovamos nesse último Conad, principalmente aquelas relacionadas aos estudantes refugiados que estão vindo para o Brasil. O debate foi muito importante porque o embaixador trouxe elementos políticos sobre o acolhimento a esses e essas estudantes, e como o Brasil não tem uma política de imigração, não tem uma política de Estado para atender refugiados e refugiadas”, disse Caroline Lima.
Conforme a encarregada de Relações Internacionais, o representante da Palestina afirmou que o governo brasileiro tem disposição de acolher as e os imigrantes, mas não tem uma política de Estado que garanta a permanência, principalmente para estudantes que virão para as universidades públicas. “Esse elemento foi importante porque nós colocamos, inclusive, para o embaixador Ibrahim Alzeben, o papel das universidades, IFs e cefets no debate sobre a construção de uma política de Estado para receber refugiados e refugiadas. Um outro elemento que nós debatemos é a construção, em diálogo com a embaixada e com o povo palestino, de políticas sindicais para que possamos avançar, no setor da Educação, pensando a luta contra o genocídio do povo palestino”, explicou.
Caroline avaliou que a reunião foi muito importante para abrir um canal de diálogo formal com a embaixada para diversas articulações, inclusive no Legislativo e Executivo, bem como para espaços formativos. “Nós findamos com uma solicitação do embaixador de levarmos para o MEC, e para os espaços deliberativos do ANDES-SN, uma discussão de intercâmbio entre docentes brasileiras e brasileiros e professores e professoras palestinos e palestinas, considerando a história da América Latina e da sua resistência, como também da resistência do povo palestino, a partir de uma perspectiva decolonial, reafirmando a necessidade do debate classista”, contou a docente.
A embaixada da Palestina também confirmou participação na reunião do Grupo de Trabalho de Política de Formação Sindical (GPFS) do ANDES-SN, que será realizada nos dias 5 e 6 de setembro. “No dia 5, nós vamos conversar sobre a rede de pesquisadores palestinos, tanto brasileiros e brasileiras que estudam Oriente Médio e o povo palestino, quanto professores e professoras palestinas que estão aqui no Brasil. Ficamos muito felizes com essa possibilidade. A embaixada informou que vai se fazer presente nessa atividade, para contribuir não só com a discussão, mas para fortalecer esse elo com o movimento sindical no Brasil e com o ANDES-SN”, acrescentou a 1ª vice-presidenta do Sindicato Nacional.
68º Conad
Além de buscar mecanismos de solidariedade e apoio a estudantes palestinos no Brasil, o 68º Conad também aprovou que o Sindicato Nacional incentive as Seções Sindicais a adotarem iniciativas para concretizar as deliberações em relação ao Boicote, Desenvolvimento e Sanções (BDS).
Para intensificar a denúncia da guerra contra a Palestina, foi indicado, ainda, às seções sindicais que, junto à campanha BDS, realizem manifestações, palestras e debates que possam ajudar na propaganda em defesa do povo palestino. Também reafirmaram a luta para fazer das Instituições de Ensino Superior (IES), dos institutos federais e cefets territórios livres de apartheid.