Como parte da Semana Unificada de Lutas contra a reforma Administrativa, organizada pelo ANDES-SN em articulação com demais entidades do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), ocorreu na tarde de segunda-feira (22), a mesa de debate "Os ataques às universidades públicas são ataques à democracia!".
O encontro reuniu especialistas no auditório da Associação de Docentes da Universidade de Brasília (Adunb – Seção Sindical do ANDES-SN) para discutir a crescente ofensiva da extrema direita contra as instituições de ensino superior, e sua relação com um projeto mais amplo de desmonte dos serviços públicos e fragilização do país.
Marcos Soares, 1º vice-presidente Regional São Paulo do ANDES-SN e encarregado de Relações Sindicais da entidade, ressaltou que os ataques às universidades fazem parte de uma estratégia maior. Segundo ele, essa ofensiva se expressa no desgaste da imagem das instituições, nos cortes orçamentários que comprometem sua infraestrutura e nas alterações de regras relacionadas à escolha e nomeação de reitoras e reitores.
Soares destacou que a resposta deve ser coletiva e articulada. “O combate à reforma Administrativa, à escala 6 por 1 - que precariza e adoece os trabalhadores -, aos ataques às universidades, tudo isso faz parte de uma mesma luta contra os ataques da extrema direita. Por isso, é necessário que a gente se unifique”, afirmou.
A mesa contou também com a participação de Maria Lídia, presidenta da Adunb SSind., mediadora do debate, e de Cláudia Maria Dadico, representando a Associação Juízas e Juízes para a Democracia (AJD). A magistrada aposentada também é diretora do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Agrários do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (DEMCA/MDA).
Dadico destacou o papel estratégico das universidades no desenvolvimento nacional e na inserção internacional do Brasil. Para ela, os ataques têm raízes coloniais. "Na medida em que as universidades também representam essa dimensão fundamental no sentido de permitir que o país também tenha inserção nos mecanismos globais multilaterais, ela se torna também uma ameaça a esses projetos extremistas que ao fim e ao cabo são também projetos coloniais", ressaltou.
Ela classificou a ofensiva como uma forma de "ódio ao conhecimento", que busca bloquear a pesquisa científica e manter o Brasil em uma posição de dependência e exportador de commodities.
Semana Unificada de Lutas
O debate marcou a abertura da Semana Unificada de Lutas contra a reforma Administrativa, em Brasília (DF), que segue até sexta-feira (26). A programação inclui atos, debates e reuniões organizativas. Nesta terça-feira (23), ocorreu ato no aeroporto pela manhã. Na quarta (24), está previsto um ato público às 9h em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados, seguido de visitas a gabinetes parlamentares e uma audiência pública na Câmara. Saiba mais sobre a programação aqui.
Assista ao debate na íntegra abaixo: