ANDES-SN repudia massacre nos Complexos do Alemão e da Penha no Rio de Janeiro

Publicado em 30 de Outubro de 2025 às 15h47. Atualizado em 30 de Outubro de 2025 às 16h07

O ANDES‑SN manifestou repúdio à operação Contenção, ação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), realizada em 28 de outubro nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital fluminense, que deixou mais de 120 pessoas mortas, em sua maioria civis e quatro policiais. Essa já é considerada a maior chacina do estado, seguida da de Jacarezinho (2021), com 28 mortos, a da Vila Cruzeiro (2022), com 25 mortos, e a do Alemão (2007), com 16 vítimas.

Além das mortes, a operação, que contou com um efetivo de 2,5 mil policiais, gerou pânico em toda a cidade e levou ao fechamento de vias, escolas, comércios e postos de saúde. Em nota publicada nessa quarta-feira (29), a diretoria do Sindicato Nacional afirmou estar estarrecida pelas cenas de guerra deixadas pela operação, classificada pelo governador como um “sucesso”, evidenciando a “necropolítica do Estado e a total inépcia” do governo fluminense em tratar da segurança pública. O sindicato exigiu a apuração e responsabilização pelo massacre nas comunidades.

“A extrema direita se alimenta do caos. É inaceitável a naturalização do extermínio da população pobre periférica, pois é nas favelas que moram as(os) faxineiras(os), as(os) babás, as garçonetes, os garçons, aquelas e aqueles trabalhadoras(es) que servem nos palácios e para as(os) quais é negado direitos sociais fundamentais”, disse a nota. O ANDES-SN também denuncia que a insegurança e o medo, impostos por operações policiais, interrompem o cotidiano da população ao transformar o terror em política de Estado.

O texto aponta ainda que Cláudio Castro tem atuado contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/2025, conhecida como PEC da Segurança, e contra a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, a ADPF das Favelas, que estabelece diretrizes para operações policiais em comunidades e busca assegurar o cumprimento das determinações do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além do Sindicato Nacional, a operação foi amplamente criticada por moradoras e moradores das comunidades e de todo o Rio de Janeiro, especialistas, parlamentares, além de organizações nacionais e internacionais. Ativistas denunciaram o episódio como um massacre, e estudiosos da segurança pública alertaram para a exposição da população civil ao fogo cruzado e a recorrente letalidade das ações policiais nas favelas cariocas, que trazem poucos resultados efetivos no combate ao narcotráfico.

De acordo com levantamento do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF), publicado em junho de 2024, 40,2% dos confrontos com presença policial ocorrem em áreas de tráfico e 4,3% em regiões dominadas por milícias.

Confira aqui a Circular nº 475/2025 com a íntegra da nota

Compartilhe...

Outras Notícias
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
EVENTOS
Update cookies preferences