*matéria publicada originalmente em 16 de Abril de 2024 e modificada para mudança de editoria
A instalação do Comando Nacional de Greve do ANDES-SN ocorreu na tarde dessa segunda-feira (15) na sede do Sindicato Nacional em Brasília (DF). A instância, composta pela diretoria do ANDES-SN e representações das seções sindicais, é responsável por coordenar politicamente e deliberar sobre a greve docente federal, tomando como base as decisões dos Comandos Locais de Greve e das bases.

As e os docentes de 24 universidades, institutos federais e cefets estão em greve por tempo indeterminado por recomposição salarial e do orçamento das instituições federais. Além disso, exigem reestruturação da carreira, a exoneração de interventoras e interventores nas universidades e a revogação de instruções normativas, portarias e outras medidas do bolsonarismo que afetam a educação pública. Confira o quadro da greve ao final da matéria.
Na mesa de abertura, Jennifer Webb, 1ª tesoureira do ANDES-SN, apresentou um breve histórico das últimas grandes greves realizadas em 2012, 2015 e 2016 pelo Sindicato Nacional.
“A última greve nacional ocorrida neste sindicato foi em 2016, que foi uma greve com comando unificado dos setores das Federais, Estaduais e Municipais. Essa greve da educação foi num contexto de ocupação, que ocorreu principalmente a partir da efervescência das lutas da educação básica e culminou com a adesão das universidades. Embora tenha durado poucas semanas, ela foi emblemática pois teve um papel político muito importante de se somar à luta pela paridade da educação em todos os níveis e por ter o seu marco inicial na luta do movimento estudantil secundarista e isso foi muito emblemático e importante”, relembrou.
A docente recordou a greve de 2015 como uma longa greve que teve no centro da sua pauta a defesa intransigente pela qualidade na educação. Essa greve, segundo ela, foi precedida pela de 2012, que perdurou por quatro meses e teve como objetivo a reestruturação do plano de carreira e a valorização e melhoria das condições de trabalho. No entanto, essa mobilização foi prejudicada por um acordo assinado pela entidade criada pelo governo da época para dividir o movimento docente (Proifes) e resultou na Lei que desestruturou a carreira docente.
A diretora do Sindicato Nacional ressalta que a greve de 2024 se junta a essas greves históricas, bem como às ocorridas nas décadas de 1980 e 1990. “Este Sindicato fez greves importantíssimas para o conjunto das nossas lutas e rememorando as três últimas greves -2012, 2015 e 2016 – afirmamos que chegou a hora da greve de 2024. Esta não se inicia em qualquer contexto, mas sim em conjunto com todo o setor da educação federal. Além disso, não podemos esquecer jamais da nossa luta em conjunto com o movimento estudantil, cujas demandas também são refletidas em nossas reivindicações”.
Mário Mariano Ruiz, 1º vice-presidente Regional Leste do ANDES-SN, e Helton de Souza, 2º vice-presidente da Regional São Paulo do Sindicato Nacional destacaram a importância da greve como instrumento de luta pela educação.
Logo em seguida, foram realizados os informes das seções sindicais e aprovado o regimento interno do CNG para o funcionamento dos trabalhos. As comissões de Secretaria, Comunicação, Infraestrutura e Finanças também foram constituídas durante a reunião.
Na ocasião, foi aprovado o Fundo de Greve, que será composto pelas contribuições das seções sindicais do Setor das Ifes, cobrindo as despesas, além de outras que venham a ser definidas pelo CNG, como a infraestrutura necessária ao funcionamento do Comando e atos nacionais; materiais de divulgação nacionais; deslocamento entre a sede do ANDES-SN e os locais das atividades em Brasília; entre outras demandas.
Orçamento público
Na reunião, foi realizada uma palestra sobre o orçamento público federal e como utilizar as informações nas negociações com o governo. Segundo o economista Rodrigo Ávila, da Auditoria Cidadã da Dívida, em 2023, os gastos do governo federal com o pagamento de juros e amortizações da dívida somaram R$ 1,89 trilhão, o que representou 43,23% do Orçamento Federal Executado (pago), consumindo, portanto, a maior parcela de todos os recursos públicos federais. Em contraste, o orçamento destinado à Educação no ano passado representou 2,97% dos R$4,36 trilhões do orçamento federal.
Acesse aqui a Circular 01/2024 do CNG
Confira o quadro atualizado da greve:
| 
			 Instituição  | 
			
			 Seção Sindical  | 
		|
| 
			 Universidades Federais  | 
		||
| 
			 1  | 
			
			 Universidade Federal do Rio Grande (FURG)  | 
			
			 APROFURG  | 
		
| 
			 2  | 
			
			 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)  | 
			
			 ADUFC  | 
		
| 
			 3  | 
			
			 Universidade Federal do Ceará (UFC)  | 
			
			 ADUFC  | 
		
| 
			 4  | 
			
			 Universidade Federal do Cariri (UFCA)  | 
			
			 ADUFC  | 
		
| 
			 5  | 
			
			 Universidade Federal de Brasília (UnB)  | 
			
			 ADUNB  | 
		
| 
			 6  | 
			
			 Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)  | 
			
			 APESJF  | 
		
| 
			 7  | 
			
			 Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)  | 
			
			 ADUFOP  | 
		
| 
			 8  | 
			
			 Universidade Federal de Pelotas (UFPel)  | 
			
			 ADUFPEL  | 
		
| 
			 9  | 
			
			 Universidade Federal de Viçosa (UFV)  | 
			
			 ASPUV  | 
		
| 
			 10  | 
			
			 Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)  | 
			
			 ADUFES  | 
		
| 
			 11  | 
			
			 Universidade Federal do Maranhão (UFMA)  | 
			
			 APRUMA  | 
		
| 
			 12  | 
			
			 Universidade Federal do Pará (UFPA)  | 
			
			 ADUFPA  | 
		
| 
			 13  | 
			
			 Universidade Federal do Paraná (UFPR)  | 
			
			 APUFPR  | 
		
| 
			 14  | 
			
			 Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)  | 
			
			 SINDIUFSB  | 
		
| 
			 15  | 
			
			 Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa)  | 
			
			 SINDUNIFESSPA  | 
		
| 
			 16  | 
			
			 Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)  | 
			
			 SINDUTF-PR  | 
		
| 
			 17  | 
			
			 Universidade Federal de Rondônia (UNIR)  | 
			
			 ADUNIR  | 
		
| 
			 18  | 
			
			 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)  | 
			
			 APUBH*  | 
		
| 
			 Institutos Federais  | 
		||
| 
			 19  | 
			
			 Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS) – Campus Pouso Alegre, Campus Poços de Caldas e Campus Passos  | 
			
			 SINDFSULDEMINAS  | 
		
| 
			 20  | 
			
			 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) – campus Rio Grande  | 
			
			 APROFURG  | 
		
| 
			 21  | 
			
			 Instituto Federal do Piauí (IFPI)  | 
			
			 SINDFPI  | 
		
| 
			 22  | 
			
			 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste-MG (IF Sudeste-MG) Campus Juiz de Fora, Campus Santos Dumont e Campus Muriaé  | 
			
			 APESJF  | 
		
| 
			 23  | 
			
			 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Riograndense (IFSul) Campus Visconde da Graça  | 
			
			 ADUFPEL  | 
		
| 
			 Centros Federais de Educação (CEFETs)  | 
		||
| 
			 24  | 
			
			 Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)  | 
			
			 SINDCEFET-MG  | 
		
Saiba mais
Setor das Ifes do ANDES-SN deflagra greve docente a partir do dia 15 de abril