A disposição para construir unidade de ação para enfrentar as ofensivas do capital, em defesa dos direitos da classe trabalhadora, do meio ambiente, da educação e por uma outra forma de sociabilidade permeou as diversas análises apresentadas na Plenária de Atualização da Conjuntura e do Movimento Docente. Os debates ocorreram na tarde e início da noite de sexta-feira (11), no primeiro dia do 68º Conad.
Foram apresentados sete textos de análise que, apesar de pontos divergentes, convergiram na necessidade de ampliar a denúncia do genocídio do povo palestino, promovido pelo Estado de Israel, e outras guerras que têm sustentado o processo de reorganização do imperialismo mundial. Também apontaram a urgência de combater a expropriação devastadora dos recursos naturais, bem como os ataques aos direitos da classe trabalhadora em escala global.
Várias manifestações das e dos participantes reforçaram a importância deste Conad garantir resoluções que atualizem a agenda de luta da categoria em diálogo com temas prementes da conjuntura como o fim da Jornada 6x1, a taxação dos super ricos, a reforma tributária, e ainda a adesão do ANDES-SN ao Plebiscito Popular, que trata dessas temáticas.
Outras pautas também foram recorrentes como a necessidade de intensificar a luta em defesa de 10% do PIB para a Educação pública, contra o Novo Arcabouço Fiscal, contra as reformas Administrativas, contra o PL da Devastação, pela recomposição dos orçamentos das universidades públicas, institutos federais e cefets, bem como pelo cumprimento integral do acordo da greve da educação federal e contra a tentativa de privatização da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg).
Para Letícia Carolina Nascimento, 2ª vice-presidenta do ANDES-SN, que presidiu a plenária de Conjuntura, um ponto de destaque foi o debate sobre o Plebiscito Popular e como essa ferramenta pode ser usada como instrumento de mobilização e formação política, que contribua para a reorganização da classe trabalhadora. A 2ª vice-presidenta do Sindicato Nacional destacou ainda outros temas como o genocídio do povo Palestino e a interferência do governo Trump na soberania nacional.
Letícia lembrou que os debates da plenária de Conjuntura deverão contribuir para as discussões e deliberações nos grupos mistos e na plenária de atualização dos planos de lutas geral e setoriais. “Eu acho que todas as falas vieram muito nessa dimensão de como nós devemos contribuir para reorganização da classe trabalhadora, numa perspectiva coletiva, de mediar a partir das nossas diferenças políticas, e buscar a unidade de ação para avançarmos”, concluiu.
Além de Letícia, compuseram a coordenação da plenária Wilson Alves Bezerra, 2º secretário da Regional São Paulo, Jacqueline Lima, 1ª secretária do ANDES-SN e Daniele Azambuja de Borba Cunha, 1ª vice-presidenta da Regional Rio Grande do Sul.
Fernando Vilaça, presente!
No início da plenária de Conjuntura, Letícia Carolina Nascimento chamou a atenção das e dos participantes para mais uma morte causada pela LBGTI+fobia. No último dia 7 de julho, o estudante Fernando Vilaça, de 17 anos, foi agredido até à morte, em Manaus, por se posicionar contra insultos homofóbicos.
“Sua memória nos exige posicionamento e ação”, afirmou Letícia Carolina, lembrando que esse não é um caso isolado. Segundo dados da Antra, somente em 2024, o Brasil registrou 122 assassinatos de travestis e pessoas transexuais.
Apresentação cultural
Antes do debate de Conjuntura, as e os participantes do 68º Conad assistiram a apresentação musical do Grupo Sateré-Mawé “Porating”.
Formado por Yará Sateré-Mawé, na voz, e Iaro, Inara e Natan Sateré-Mawé no tambor, no chocalho e no violão, respectivamente, o grupo tem como objetivo divulgar a música Sateré, um canto de resistência que também é uma forma de educação e de expressão da cultura do povo Sataré. “Estarmos aqui é também uma forma de resistência”, disse Inara Sateré-Mawé.
68º Conad
O 68º Conad do ANDES-SN acontece de 11 a 13 de julho, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com o tema central “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pública”. O evento deliberativo é organizado pela Associação dos Docentes da Ufam (Adua – Seção Sindical do ANDES-SN).
Ao todo, são 83 seções sindicais presentes, sendo 2 convidadas, 80 delegadas e delegados, 194 observadoras e observadores, 34 diretoras e diretores nacionais, cinco convidadas e convidados, três acompanhantes, quatro crianças, além de 32 trabalhadores e trabalhadoras da imprensa, jurídico e administrativo do ANDES-SN e seções sindicais, totalizando 352 pessoas presentes no evento.
Fotos: Eline Luz / Imprensa ANDES-SN
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